2ª FASE: GINÁSIO INDUSTRIAL ESTADUAL “PHILADELPHO GOUVÊA NETTO” (1963 a 1975)


A Escola Industrial foi um segmento da Escola Artesanal a partir de 30 de abril de 1963 pelo Decreto 41.895, instalada no mesmo prédio na Rua Antônio de Godoy, nº 3564, Centro em São José do Rio Preto. No decorrer dos anos, obteve as seguintes denominações: Escola Industrial (30/04/1963), Ginásio Industrial Estadual (18/02/1965), Ginásio Industrial Estadual “Philadelpho Gouvêa Netto” (17/02/67 a 31/12/1975).

No ano de 1963, as funções hierárquicas da Escola Industrial eram distribuídas em Diretor, Assistente do Diretor, Escriturário, Assistente de Administração, quatro Funcionários, nove Professores de Cultura Geral: Português, Matemática, História, Geografia, Ciências, Desenho, Canto Orfeônico, Educação Física feminino e masculino, dois Professores de Cultura Técnica masculina de Ajustagem Mecânica, três para Cultura Técnica feminina de Economia Doméstica e Corte e Costura. No ano seguinte (1964), com a aprovação dos alunos da 2ª série Ginasial para a 3ª série, acrescentou-se a disciplina de Inglês.

Para o setor masculino, a Escola Industrial tinha como objetivo o desenvolvimento da cultura geral e a iniciação técnica; a formação pessoal, a qualificação ou especialização para o trabalhador da Indústria; a qualificação profissional para não diplomados ou habilitados. Já para o Setor Feminino, objetivava o desenvolvimento da cultura geral e iniciação técnica; a habilitação para ocupações profissionais de Economia Doméstica e de habilidades técnicas e artísticas do campo do artesanato e das artes aplicadas. Para os dois setores, a finalidade era de formar o cidadão.

A Escola Industrial (1963) mantinha três cursos. O Curso Ginásio Industrial funcionava das 7h20min às 12h, com duração de quatro anos, inicialmente para alunos de 1ª e 2ª séries com no mínimo onze anos e mediante aprovação em exame de admissão. O Curso de Aprendizagem Profissional de duração de três anos, das 12h30min às 17h30, destinava-se aos alunos com mais de 14 anos mediante exame de admissão, podendo ainda ao concluir o Curso de Aprendizagem, continuar os estudos no Ginasial mediante adaptação das disciplinas não constantes no Curso de Aprendizagem. O Curso Extraordinário de Iniciação e Continuação de dois anos de duração, das 19h30min às 23h, destinava-se aos candidatos com no mínimo de 14 anos e com base suficiente de ensino primário. A aprovação dos alunos dos cursos dependia da frequência às aulas, das notas de aproveitamento reveladas em trabalhos realizados sob a orientação dos professores e das notas de exame final.

Em 1965 pelo Decreto 44.533 de dezoito de fevereiro, a Escola Industrial passou a ser denominada de Ginásio Industrial Estadual de São José do Rio Preto, integrante do sistema de ensino médio do Estado de São Paulo em conformidade da legislação e das normas fixadas pelo Conselho Profissional. Desde então, ocorreu o desenvolvimento do Ginásio Industrial, pois elevou o número de matrículas que até a data era reduzida.

Segundo os registros escolares, a organização escolar em 1966 era composta pelo Diretor, Assistente de Diretor, Escriturário, Assistente de Administração, Orientação Educacional, Inspetora de alunos, quatro Serventes, doze Professores de Cultura Geral com a mesma grade curricular de 1963, e seis Professores de Cultura Técnica: dois de Mecânica e quatro de Artes Industriais. Quanto ao programa das disciplinas, os professores seguiam orientações ditadas pelo Departamento de Educação do Ensino Profissional, realizavam o trabalho individualmente com método expositivo, não se constatando o trabalho de equipe, estudo dirigido ou unidade de trabalho.

O Ginásio Industrial Estadual de São José do Rio Preto (1966) visava, para o setor masculino, a formação da personalidade do aluno quanto aos valores morais, cívicos e humanísticos; a compreensão do papel da ciência e da técnica no mundo moderno de acordo com as necessidades do mercado de trabalho das indústrias; o desenvolvimento e exploração de aptidões e habilidades de sentido prático e de atitudes positivas em relação às atividades técnico-científicas; a orientação na escolha de oportunidades de trabalho ou de estudos ulteriores; a qualificação e aperfeiçoamento profissional para indivíduos não diplomados ou habilitados. O objetivo para o setor feminino era a preparação para a responsabilidade do lar e melhoria dos padrões de vida familiar; a habilitação para o exercício de ocupações profissionais ligadas à economia doméstica; o desenvolvimento das habilidades técnicas e artísticas para a aplicação no campo do artesanato e das artes aplicadas.

Os cursos oferecidos em 1966 eram distribuídos em Pré-Industrial de Admissão em dois turnos: período vespertino e noturno; Curso de Aprendizagem Profissional de três anos letivos com aulas de 40 minutos, ministradas de segunda a sexta-feira; e Curso Ginasial Industrial de quatro anos, de segunda-feira a sábado com 50 minutos por aula. Após o Curso de Ginásio Industrial, o aluno poderia seguir o Colégio Técnico (existente em São Paulo) cuja duração era de três anos. Recebendo no final do curso um certificado equivalente ao clássico ou científico, dando direito ao ingresso às escolas superiores de ramo técnico, tais como eletrônica e eletrotécnica, engenheiro de minas e metalurgias, engenheiro mecânico e engenheiro hidráulico.

Apesar de o Ginásio Industrial Estadual ser modesto em suas instalações, grande era o empenho de todos para que houvesse harmonia em todos os setores do Estabelecimento. A equipe escolar dedicava-se à formação integral dos alunos e fazia o possível e, até o impossível, para que fossem atendidos em todas as necessidades, quer seja educacional, moral ou social. A maior dificuldade escolar se encontrava no espaço físico de condições precárias do prédio e na carência e demora de verbas enviadas pelo Governo Estadual, destinadas às despesas miúdas, gêneros alimentícios e material didático.

Em 17 de fevereiro de 1967, de acordo com a Lei nº 9.733 publicada a 18 de fevereiro 1967, o Ginásio Industrial Estadual recebe o patronímico “Philadelpho Gouvêa Netto”, uma justa homenagem ao ex-prefeito de São José do Rio Preto da década de 50.

No início de 1971, o Ginásio Industrial Estadual “Philadelpho Gouvêa Netto” abrigou duas salas do Colégio Técnico Industrial de São José do Rio Preto, criado pelo decreto nº 52.553 de 06/11/70, publicado no D.O. de 07/11/1970, no mesmo prédio da Rua Antônio de Godoy, nº. 3564. No entanto, o prédio era de condições precárias que não atendiam às necessidades escolares, transferiu-se, pois, em meados de 1971 para a Avenida Faria Lima, nº 5541, em instalações de área maior, composto por galpões inacabados e de condições ainda insuficientes. O prédio da Avenida Faria Lima pertencia à Fundação Regional de Ensino Superior da Araraquarense (FRESA), adaptado pela Prefeitura Municipal, onde funcionaram as duas escolas (Ginásio Industrial e Colégio Industrial) com secretarias, salas de aula, laboratórios e corpo docente e discente separados.

De acordo com os registros, a organização escolar do Ginásio Industrial Estadual “Philadelpho Gouvêa Netto” em 1974 era constituída pelo Diretor, doze funcionários, dez professores de Cultura Geral: Matemática, Português, Ciências, Educação Física masculino, Educação Física feminino, Inglês, Geografia, História, Educação Moral e Cívica, Educação Artística, cinco professores de Cultura Técnica: dois de Técnicas Comerciais, um de Oficina Mecânica, um de Economia Doméstica, e um de Corte e Costura.

Os objetivos Educacionais do Ginásio Industrial Estadual “Philadelpho Gouvêa Netto” (1974) eram de orientar o aluno na escolha de oportunidades de trabalho ou de estudos ulteriores; conscientizar o aluno quanto à habilitação escolhida e a sua importância como uma profissão; tornar os pais conscientes da importância da Escola como meio de realização da educação de seus filhos; propiciar condições para os alunos se relacionarem na Escola e no meio em que vivem; tornar o educando capaz de utilizar o aprendido em áreas diferentes de trabalho; desenvolver o hábito de planejamento como atividade básica na execução de qualquer tipo de trabalho; capacitar o aluno a adquirir hábitos salutares; desenvolver no aluno a pontualidade, assiduidade, solidariedade, honestidade, espírito de liderança, capacidade de pesquisa, senso de responsabilidade e sentimentos cívicos.

O Ginásio Industrial Estadual “Philadelpho Gouvêa Netto” (1974) funcionava em dois períodos (manhã e noite) com Curso de 1º grau. O período diurno das 7h30min às 12h era composto por 22 alunos da 7ª série A, e 20 alunos da 8ª série A. Já o período noturno das 19h às 23h continha 36 alunos da 7ª série B, e23 alunos da 8ª série B.

Na festa de comemoração dos dezenove anos do Ginásio Industrial Estadual “Philadelpho Gouvêa Netto” em 1974, a direção do professor Clóvis Sanfelice registrou:

Perfeitamente enquadrado no espírito da Lei 5692, este estabelecimento continua realizando um trabalho profícuo e atualizado, preparando seus alunos para o 2º grau profissionalizante através de sondagem de aptidão real e objetiva. Nesta oportunidade quando comemoramos o 19º ano de atividade, sentimo-nos orgulhosos pelo trabalho realizado, trabalho este que vem recebendo das autoridades locais elogios e apoio dos mais diversos setores. A Direção deste Estabelecimento irmanada com o pessoal administrativo e corpo docente conseguirão com méritos atingir sua meta prioritária que é preparar o aluno para a profissionalização.

Em 31 de dezembro de 1975, deu-se a extinção do Ginásio Industrial Estadual de acordo com o Decreto nº. 7.400/1975. O Colégio Técnico Industrial de São José do Rio Preto incorporou o Ginásio Industrial Estadual “Philadelpho Gouvêa Netto” em virtude da transformação provocada pela Rede Física da Educação Estadual 7.400/1975. Nessa junção, permaneceu apenas o Colégio Industrial, cujo Patronímico manteve o mesmo do Ginásio Industrial Estadual. Assim, o Colégio Industrial de São José do Rio Preto denominou-se Centro Interescolar “Philadelpho Gouvêa Netto” pela resolução SE 22 em vinte e sete de janeiro de 1976.